Coisas que aprendo no Caminho fala de lições do dia a dia. Ensinamentos do Mestre,aprendizados, sonhos, situações e momentos que fazem parte da minha vida. Uma caminhada de reflexão e compartilhamento, onde espero dividir as Coisas que Aprendo no Caminho. (Pr. Welington Alves)







terça-feira, 30 de novembro de 2010

Feche a boca e abra os braços

Uma amiga ligou com notícias perturbadoras: a filha solteira estava grávida.
Relatou a cena terrível ocorrida no momento em que a filha finalmente contou a ela e ao marido sobre a gravidez. Houve acusações e recriminações, variações sobre o tema "Como pôde fazer isso conosco?" Meu coração doeu por todos: pelos pais que se sentiam traídos e pela filha que se envolveu numa situação complicada como aquela. Será que eu poderia ajudar, servir de ponte entre as duas partes? Fiquei tão arrasada com a situação que fiz o que faço - com alguma frequência - quando não consigo pensar com clareza: liguei para minha mãe.
Ela me lembrou de algo que sempre a ouvi dizer. Imediatamente, escrevi um bilhete para minha amiga, compartilhando o conselho de minha mãe: "Quando uma criança está em apuros, feche a boca e abra os braços." Tentei seguir o mesmo conselho na criação de meus filhos.
Tendo tido cinco em seis anos, é claro que nem sempre conseguia. Tenho uma boca enorme e uma paciência minúscula. Lembro-me de quando Kim, a mais velha, estava com quatro anos e derrubou o abajur de seu quarto. Depois de me certificar de que não estava machucada, me lancei numa invectiva sobre aquele abajur ser uma antiguidade, sobre estar em nossa família há três gerações, sobre ela precisar ter mais cuidado e como foi que aquilo tinha acontecido - e só então percebi o pavor estampado em seu rosto. Os olhos estavam arregalados, o lábio tremia. Então me lembrei das palavras de minha mãe. Parei no meio da frase e abri os braços. Kim correu para eles dizendo: - Desculpa... Desculpa - repetia, entre soluços. Nos sentamos em sua cama, abraçadas, nos embalando. Eu me sentia péssima por tê-la assustado e por fazê-la crer, até mesmo por um segundo, que aquele abajur era mais valioso para mim do que ela. - Eu também sinto muito, Kim - disse quando ela se acalmou o bastante para conseguir me ouvir. Gente é mais importante do que abajures. Ainda bem que você não se cortou. Felizmente, ela me perdoou.
O incidente do abajur não deixou marcas perenes. Mas o episódio me ensinou que é melhor segurar a língua do que tentar voltar atrás após um momento de fúria, medo, desapontamento ou frustração. Quando meus filhos eram adolescentes - todos os cinco ao mesmo tempo - me deram inúmeros outros motivos para colocar a sabedoria de minha mãe em prática: problemas com amigos, o desejo de ser popular, não ter par para ir ao baile da escola, multas de trânsito, experimentos de ciência malsucedidos e ficar em recuperação.
Confesso, sem pudores, que seguir o conselho de minha mãe não era a primeira coisa que me passava pela mente quando um professor ou diretor telefonava da escola. Depois de ir buscar o infrator da vez, a conversa do carro era, por vezes, ruidosa e unilateral. Entretanto, nas ocasiões em que me lembrava da técnica de mamãe, eu não precisava voltar atrás no meu mordaz sarcasmo, me desculpar por suposições errôneas ou suspender castigos muito pouco razoáveis. É impressionante como a gente acaba sabendo muito mais da história e da motivação atrás dela, quando está abraçando uma criança, mesmo uma criança num corpo adulto. Quando eu segurava a língua, acabava ouvindo meus filhos falarem de seus medos, de sua raiva, de culpas e arrependimentos. Não ficavam na defensiva porque eu não os estava acusando de coisa alguma. Podiam admitir que estavam errados sabendo que eram amados, contudo. Dava para trabalharmos com "o que você acha que devemos fazer agora", em vez de ficarmos presos a "como foi que a gente veio parar aqui?" Meus filhos hoje estão crescidos, a maioria já constituiu a própria família. Um deles veio me ver há alguns meses e disse "Mãe, cometi uma idiotice..."
Depois de um abraço, nos sentamos à mesa da cozinha. Escutei e me limitei a assentir com a cabeça durante quase uma hora enquanto aquela criança maravilhosa passava o seu problema por uma peneira. Quando nos levantamos, recebi um abraço de urso que quase esmagou os meus pulmões. - Obrigado, mãe. Sabia que você me ajudaria a resolver isto. É incrível como pareço inteligente quando fecho a boca e abro os braços.
(recebido sem a autoria)

Não sereis como os atores!

Calma. Não se trata de nenhuma crítica a classe artística, mas apenas parafraseei as palavras de Jesus em Mateus 6.5, quando Ele ensina aos seus discípulos como não se deve orar: “Não sereis como os hipócritas”.A palavra hipócrita significa “fingido”. No grego literalmente, significa “ator”, ou seja, aquele que representa. Então Jesus nos chama atenção para que não sejamos como eles que “gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens”(Mt 6.5).
Jesus não está condenando a oração pública. Mas sim a oração ostentosa, ou seja, praticar as devoções particulares no lugar mais público, onde se sabe existir um maior número de pessoas com a intenção de serem vistas e honradas. Os que agem assim já receberam a recompensa, pois já foram vistos e honrados pelos homens.
Para Jesus, o que conta é a disposição íntima do coração. É o coração verdadeiro, humilde e sem máscaras que vale para Deus. Por isso, Ele nos ensina: “Tu, porém quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto”(Mt 6.6).A ênfase principal que Jesus quer dar aqui não é o lugar de oração,e, sim, a atitude de mente que não está interessado em se mostrar publicamente com o fim de demonstrar prestígio. Portanto, os discípulos de Jesus não deveriam orar como a maioria dos judeus de sua época - de maneira ostentosa e indiscreta.
Em meio a este mundo megalomaníaco por aparência, sucesso e cheio de falsidade, o verdadeiro discípulo deve buscar a sinceridade e humildade na oração.
Deus nos ajude a sermos simples em nossas orações.

TEMPO DE REFLEXÃO

“Façam aos outros
a mesma coisa que querem
que eles façam a vocês”.
Lucas 6:31


Aproxima-se o dia das eleições e o eleitor está cada vez mais consciente de que é preciso votar em candidatos ficha limpa.Exigimos que os nossos políticos sejam íntegros, não compactuem com mentiras, com negócios sujos, enfim queremos homens éticos,de boa fama, irrepreensíveis.E estamos certos em exigir isso.. Mas, um dia, ensinando aos seus discípulos, o Senhor Jesus disse “O que você não quiser que lhe façam, também não faça a ninguém”. Ou seja, se queremos tudo isso dos outros, precisamos também agir da mesma forma. Se queremos ser tratados de forma honesta pelas outras pessoas, então precisamos agir do mesmo modo em relação aos outros!
Hoje, aprendi que se estou exigindo que os candidatos tenham ficha limpa para que não roubem, preciso também ter ficha limpa: não ter o nome no SPC/SERASA, não ter passado cheque sem fundos,não ter carteira de motorista sem ter feito as provas e exame de direção do DETRAN, não ter sido aprovado em exames escolares ou concurso público através de meios ilegais, não chegar atrasado todo dia no trabalho,não ser preguiçoso em minha atividade profissional, cumprir as minhas obrigações legais com meus empregados – colaboradores. Inclui-se, ainda, nesta lista, respeitar meus vizinhos, especialmente no que diz respeito à Lei do Silêncio, não comprar produtos piratas, não subornar o guarda de trânsito para não ser multado, pagar minhas contas em dia, cumprir meus deveres sociais... Aí, sim, vou ter autoridade de exigir dos meus candidatos Ficha Limpa.
Acho que precisamos nos “olhar no espelho” e perceber a necessidade de ter autoridade para exigir dos políticos um comportamento imaculado e uma vida digna. Que nestas eleições, possamos votar em candidatos Ficha Limpa, como sendo um reflexo de um importante esforço pessoal de levar uma vida íntegra, para a qual fomos chamados por Cristo Jesus.

FÁCIL É NO CÉU, NÃO NA TERRA

Tenho pensado nestes dias sobre a transitoriedade da vida. Acho que foi a morte de meu pai, que me deixou assim. Passei os últimos 15 dias da sua vida, ao lado dele. Cuidando do meu velho pai.Dando os seus remédios,o banho,trocando sua fralda e orando.Tudo isso tem me feito refletir sobre a vida. É, realmente como disse Jesus: “No mundo tereis aflições” e como Jó, muitas vezes sentimos que o teto caiu sobre a nossa cabeça e estamos completamente arruinados.
Sem reservas creio que Deus não isenta seus filhos de passarem por traumas pessoais e problemas - perdas e cruzes. Mas não poderia ser diferente. Vivemos em um mundo decaído, onde a presença do pecado tem desajustado todas as coisas. A vida na terra é, fundamentalmente, fora de forma e ordem, em razão do pecado.
Portanto, tensões, desapontamentos, traumas e frustrações de toda sorte nos aguardam no futuro, da mesma forma que já nos encontraram no passado. Devemos, tanto esperar pelo o sofrimento quanto nos preparar para enfrentá-lo. É um fato, e a própria Palavra de Deus nos revela, que as alegrias da nossa vida serão pontuadas com experiências duras até o fim dos nossos dias nesta terra.
Talvez esta verdades só lhe perturbe,meu irmão, mas se alegre, pois Deus santifica o nosso sofrimento e produz, ao final um resultado bom. Foi assim com Jó, José e tantos outros. Nossa tarefa é suportar, não como se fosse algo prazeroso, pois não o é, mas com o entendimento de que Deus não deixará que ele nos massacre e que o usará de forma sobrenatural, para produzir em nós crescimento. George Whitefielde, famoso evangelista do século 18, um dia falou que o nosso bondoso Senhor coloca espinhos em nossas camas para evitar que, como aconteceu com os discípulos no Getsêmani, não sejamos achados dormindo, quando deveríamos estar vigiando e orando. Pois assim como o desconforto corporal nos mantém acordados fisicamente, a ausência de situações confortáveis e contentes nos manterão espiritualmente alertas.
Me conforto com as palavras de Paulo em sua epístola a Tiago: “Meus irmãos, sintam-se felizes quando passarem por todo tipo de aflições. Pois vocês sabem que, quando a sua fé vence essas provações, ela produz perseverança. Que essa perseverança seja perfeita a fim de que vocês sejam maduros e corretos, não falhando em nada!" (Tg 1:1-4). Amém.